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Afinal, o que significam os números citados no
livro da Revelação?
O escritor Ignacio Rojas Gálvez, autor do livro “I simboli
dell’Apocalisse” (“Os símbolos do Apocalipse”, ainda sem tradução ao
português), afirma que o enigmático livro do Apocalipse, escrito pelo
evangelista São João, emprega símbolos para nos fazer compreender alguns
aspectos da Revelação divina. Entre esses símbolos, aparecem diversos números.
NÚMERO 7
O número mais presente em todo o livro e o preferido pelo autor é o
sete, que simboliza a totalidade, a plenitude, na esteira das tradições
religiosas ancestrais.
NÚMERO 3,5
O três e meio, ou seja, a metade do sete, indica a parcialidade e a
transitoriedade. Um período de três anos e meio, por exemplo, simboliza um
tempo definido, que passará.
NÚMERO 4
O número quatro representa a totalidade cósmica e a ação universal de
Deus, levada à prática por meio dos anjos que provêm dos quatro ventos.
NÚMERO 666
O número seis foi o que provocou o maior debate desde os inícios. A sua
relação com o número da besta e o convite enigmático ao vidente para decifrá-lo
deu origem às mais diversas interpretações. Destaque-se o texto seguinte: “Eis
a sabedoria. Quem tem entendimento calcule o número da besta: é número de
homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis” (Ap 13,18). A
modalidade de interpretação mais antiga desse número é conhecida pelo nome de
“gematria”, uma antiga arte com a qual, através da análise numérica de um texto
ou de uma simples palavra, tentam-se deduzir leis e correspondências. A cada
letra corresponde um valor numérico; por exemplo, A tem o valor 1 e Z vale 900.
Aplicar a gematria ao número 666 significa descobrir um nome cuja soma das
letras, hebraicas, gregas ou latinas, corresponda a esse valor. Com a gematria,
vários nomes foram “calculados” e a besta foi identificada com diversos
personagens históricos. Ao longo dos séculos, as interpretações da simbologia
numérica 666 fizeram jorrar rios de tinta e sugeriram figuras históricas de
todos os tipos, de Nero a Stalin, passando por Domiciano, Hitler, Martinho
Lutero e até cada papa reinante, só para citar alguns. Atualmente, a
interpretação mais aceita é a que vê o número 6 como defeituoso, como uma
“imperfeição clamorosa”; o símbolo, portanto, seria uma forma de manifestar que
a besta é vulnerável.
NÚMERO 12
O número doze indica plenitude, mas com certa nuance social: designa o
povo de Deus representado no passado pelas doze tribos de Israel e no presente
pelos doze apóstolos do Cordeiro. A sua soma simboliza a plenitude da revelação
de Deus na história: assim, o Antigo e o Novo Testamentos são representados,
juntos, pelo número vinte e quatro.
NÚMERO 1.000
O número mil indica a totalidade divina e a plenitude da ação de Deus. O
tempo é sacralizado graças à presença e à ação de Cristo.
NÚMERO 144.000
Até as operações matemáticas são importantes para a compreensão de
algumas cifras. Por exemplo, 144.000, o famoso número dos salvos, pressupõe a
operação 12 × 12 × 1000, ou seja: o povo de Deus na sua totalidade (doze vezes
doze), guiado no tempo (1000) pela plenitude da ação salvífica de Cristo. Alatéia Brasil
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