Antoine Mekary | ALETEIA |
“O perdão de Deus é o sinal de seu amor
transbordante por cada um de nós"
O Papa Francisco dedicou a sua reflexão que precede a oração mariana
do Angelus ao perdão, inspirando-se na passagem de Mateus
proposta pela liturgia do dia.
“Perdoar setenta vezes sete, ou seja, sempre”, é a resposta de Jesus a
Pedro ao ser questionado por ele sobre quantas vezes deveria perdoar. Se para
ele perdoar sete vezes uma mesma pessoa já parecia ser muito, “talvez para nós
pareça muito fazê-lo duas vezes”, observou o Papa.
Jesus ilustra a sua exortação com a parábola do “rei misericordioso e do
servo perverso, que mostra a incoerência daquele que antes foi perdoado e
depois se recusa a perdoar”:
“A atitude incoerente deste servo é também a nossa quando recusamos o
perdão aos nossos irmãos. Enquanto o rei da parábola é a imagem de Deus que nos
ama com um amor tão rico de misericórdia, que nos acolhe, nos ama e nos perdoa
continuamente”.
Com o nosso Batismo – recordou o Santo Padre – Deus nos perdoou de uma
“dívida insolvível”, e continua a nos perdoar “assim que mostramos um pequeno
sinal de arrependimento”. E Francisco nos dá um conselho quando temos
dificuldade em perdoar:
“Quando somos tentados a fechar o nosso coração a quem nos ofendeu e nos
pede desculpa, nos recordemos das palavras do Pai celeste ao servo perverso:
“eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. Não devias tu também
ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?”.
“Alguém que tenha experimentado a alegria, a paz e a liberdade interior
que vem do ser perdoado pode, por sua vez, abrir-se à possibilidade de
perdoar”, sublinhou Francisco, que recordou que “na oração do Pai Nosso, Jesus
quis inserir o mesmo ensinamento desta parábola. Colocou em relação direta o
perdão que pedimos a Deus com o perdão que devemos conceder aos nossos irmãos:
“Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tenha ofendido”:
“O perdão de Deus é o sinal de seu amor transbordante por cada um de
nós; é o amor que nos deixa livres para nos afastar, como o filho pródigo, mas
que espera a cada dia o nosso retorno; é o amor contínuo do pastor pela ovelha
perdida; é a ternura que acolhe todo pecado que bate à sua porta. O Pai celeste
é pleno de amor e quer oferecê-lo, mas não o pode fazer se fechamos o nosso
coração ao amor pelos outros”.
Ao concluir, o Papa pede que “a Virgem Maria nos ajude a sermos sempre
mais conscientes da gratuidade e da grandeza do perdão recebido de Deus, para
nos tornarmos misericordiosos como Ele, Pai Bom, lento para a ira e grande no
amor”.
(AFP)
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