segunda-feira, 10 de julho de 2017

A virtude sem a qual não veremos a Deus

Jesus nos garante: quem tem e vive esta virtude, verá a Deus!
Nós lemos no Evangelho que Jesus Cristo, querendo ensinar ao povo que vinha em massa para aprender dele o que era preciso para ter a vida eterna, se senta e lhes diz:
“Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus” (Mt 5,8).
Se nós tivéssemos um grande desejo de ver a Deus, meus irmãos, será que estas palavras já não seriam suficientes para compreendermos o quanto a pureza nos torna agradáveis a Ele e o quanto precisamos dela? Afinal, segundo Jesus Cristo, sem ela nós não O veremos jamais! “Bem-aventurados”, diz Jesus Cristo, “os puros de coração, porque eles verão o bom Deus”.
Pode-se acaso esperar maior recompensa do que esta que Jesus Cristo vincula a essa bela e amável virtude? A posse das Três Pessoas da Santíssima Trindade, por toda a eternidade! São Paulo, que conhecia bem o preço desta virtude, escreveu aos Coríntios:
“Glorificai a Deus, pois O trazeis em vosso corpo; e sede fiéis em conservá-lo em grande pureza. Lembrai-vos bem, meus filhos, de que os vossos membros são membros de Jesus Cristo e que o vosso coração é templo do Espírito Santo. Tomai cuidado de não os manchar pelo pecado, que é o adultério, a fornicação e tudo aquilo que pode desonrar o vosso corpo e o vosso coração aos olhos de Deus, que é a própria Pureza” (cf. I Cor, 6, 15-20).
Ah, meus irmãos, como esta virtude é bela e preciosa, não somente aos olhos dos homens e dos anjos, mas aos olhos do próprio Deus! Ele faz tanto caso dela que não cessa de louvá-la naqueles que são tão felizes por conservá-la! Esta virtude inestimável constitui o mais belo adorno da Igreja e, por conseguinte, deveria ser a mais querida dos cristãos. Nós, meus irmãos, que no Santo Batismo fomos banhados com o Sangue adorável de Jesus Cristo, que é a Pureza mesma; neste Sangue adorável que gerou tantas mulheres e homens castos; nós, a quem Jesus Cristo fez participantes da Sua pureza, tornando-nos seus membros, seu templo…
Mas, ah, meus irmãos, neste século infeliz de corrupção em que vivemos, não se conhece mais esta virtude, esta celeste virtude que nos torna semelhantes aos anjos! Sim, meus irmãos, a pureza é uma virtude que é necessária a todos nós, pois, sem ela, ninguém verá o Bom Deus!
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São João Maria Vianney, Sermão sobre a Pureza


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